Raphael Motta
Aumentou para oito o número de mortos na inundação que destruiu parcialmente Itaóca, no Vale do Ribeira (ao sul do Estado de São Paulo), nesta segunda-feira (13). A informação é da Defesa Civil Estadual, que também confirmou ao menos doze desaparecidos na cidade.
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) sobrevoou a cidade na tarde desta segunda e aterrissou em Itaóca para vistoriar os danos, acompanhado do presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, deputado estadual Samuel Moreira (PSDB) -- que já foi prefeito de Registro, no Vale do Ribeira, entre 1997 e 2004.
O município, de 3.200 habitantes, teve pontes e outras ligações viárias destruídas pelas cheias. Por volta de 100 moradias foram afetadas. O rio Palmital (cujo nível subiu até cinco metros, conforme a prefeitura) e outros cursos d'água que cortam a cidade transbordaram devido à chuva.
É possível que o governador anuncie ações complementares ao auxílio prestado pela Defesa Civil, que já enviou 200 colchões e 300 cestas básicas à cidade. O chefe da Casa Militar, coronel Marco Aurélio Alves Pinto, está na cidade para dar apoio às buscas e à limpeza do município.
O prefeito Rafael Rodrigues Camargo (PSD) decretou estado de calamidade pública em Itaóca. "Ele fez isso a fim de ter respaldo para conseguir ajuda financeira mais rápida e usar verba da prefeitura em obras emergenciais", disse o chefe de gabinete da prefeitura, João Batista Belisário.
"Vai demorar até sabermos exatamente o [dinheiro necessário para reparo do] prejuízo", salienta.
De antemão, conforme o Palácio dos Bandeirantes, a Defesa Civil providencia o resgate de famílias ilhadas – cujo número é incerto – e prepara mais 30 cestas básicas, 110 agasalhos e 180 kits de higiene pessoal, com toalhas e escovas e creme dentais às vítimas.
Os itens serão levados a um posto de controle a ser montado pela corporação na escola municipal Elias Lages de Magalhães, no Centro de Itaóca. A segunda leva de produtos será enviada da capital para Registro, maior cidade do Vale do Ribeira.
Como o fornecimento de água foi prejudicado – tanto pelas cheias quanto pelo vazamento de óleo diesel em uma das fontes de captação, o rio Ribeira de Iguape – , a Sabesp está mandando água potável para consumo e caminhões pipa para a remoção de lama e escombros das ruas.
Técnicos do Instituto Geológico do Estado trabalham na verificação da estabilidade do terreno, e bombeiros trabalham nas buscas a desaparecidos e no resgate de pessoas isoladas.
As prefeituras de Apiaí e Ribeira, cidades vizinhas a Itaóca, mandaram retroescavadeiras e caminhões para a limpeza urbana.
Pior cheia em 20 anos, diz morador
O empresário Ivan Edson, residente em Itaóca há 20 anos, afirma nunca ter visto situação semelhante na cidade. "Essa enchente foi incomum. Foi uma chuva torrencial na serra (do Mar), entre Apiaí e Itaóca, e a chuva veio toda para cá".
Edson relata que "parte do comércio 'foi embora'. Açougue, farmácia, loja de roupas, loja de móveis... Não tive prejuízo porque estou na parte alta da cidade", comenta ele, proprietário de uma pousada e uma emissora de rádio locais.
A prefeitura de Itaóca pede doações de água, colchões, cobertores e alimentos, mediante contato com o Fundo Social de Solidariedade do município, pelo telefone (15) 3557-1143.
"Ainda não abrimos conta bancária porque as agências daqui também foram inundadas", salienta o chefe de gabinete, João Batista Belisário.
FONTE:NOTÍCIAS UOL
MARCADORES: CIDADE DE ITAÓCA, APIAÍ, RIBEIRA, ALTO RIBEIRA, VALE DO RIBEIRA, ESTADO DE SÃO PAULO, CHUVAS FORTES, ENCHENTE, TRAGÉDIA
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