O Governo da Guiné-Conacri elevou esta segunda-feira para 95 o número de mortes causadas pelo surto de Ébola que está a atingir as florestas do sul do país e a capital.
O ministério da Saúde em Conacri acrescentou nove mortos ao balanço de 86 divulgado antes do fim-de-semana, indicando que 52 casos foram confirmados em laboratório como tendo sido causados pelo letal vírus tropical.
"Até agora, as autoridades guineenses registaram 151 casos suspeitos e 95 mortes", disse o responsável do gabinete de prevenção de doenças do ministério, Sakoba Keita, citado pela agência de notícias francesa, AFP, sem precisar os locais onde ocorreram as mais recentes mortes.
Alguns doentes tiveram alta de centros de tratamento do Ébola depois de terem vencido o vírus, sublinhou, em comunicado, a organização humanitária Médicos Sem Fronteiras (MSF).
"Quando o primeiro doente saiu do centro de tratamento, fiquei tão feliz, e toda a equipa aplaudiu", disse Marie-Claire Lamah, uma médica guineense que trabalha no centro de tratamento da MSF em Conacri.
Vários estudos -- incluindo um trabalho publicado no New England Journal of Medicine no ano passado -- demonstraram alguma imunidade em sobreviventes em relação à extirpe a que foram expostos, mas a imunidade para toda a vida não ficou provada.
A MSF anunciou que está a trabalhar com as comunidades locais para garantir que os doentes com alta que venceram o vírus podem regressar a casa em segurança, e que toda a gente compreende que já não são contagiosos.
"Explicamos às famílias e aos vizinhos que o doente é agora negativo e não representa riscos para ninguém -- podem ser beijados, tocados e abraçados sem qualquer risco de contágio", disse a promotora de saúde da MSF Ella Watson-Stryker.
A Médicos Sem Fronteiras tem cerca de 60 equipas internacionais a trabalhar na Guiné-Conacri e é responsável pelo envio por via aérea de mais de 40 toneladas de material para deter a epidemia.
O Ébola desencadeia febre hemorrágica, que provoca dores musculares, fraqueza, vómitos, diarreia e, em casos graves, falência de órgãos e hemorragias impossíveis de estancar.
O vírus tropical pode ser transmitido a seres humanos por animais selvagens, e entre seres humanos através de contacto direto com sangue, suor ou fezes de uma pessoa infetada.
O contacto sexual e o contacto desprotegido com cadáveres contaminados podem também provocar o contágio.
O Mali foi o mais recente dos vizinhos da Guiné-Conacri a anunciar a suspeita de casos de Ébola, indicando na passada quinta-feira que três vítimas foram colocadas em isolamento e os respetivos exames enviados para os centros norte-americanos de Controlo e Prevenção de Doenças.
Com a Libéria e a Serra Leoa a reportarem também casos suspeitos, a MSF descreveu este surto como uma "epidemia sem precedentes" e advertiu que o invulgar alastramento geográfico de casos complica "enormemente" a tarefa de o deter.
FONTE: JORNAL DE NOTÍCIAS
MARCADORES: ÉBOLA, DOENÇA MORTAL, ÁFRICA, EPIDEMIA, RISCO DE PANDEMIA
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